sexta-feira, 5 de junho de 2009

Varanda


Hoje


perdi o brilho que no meu olhar restava


perdi os sonhos e o pesadelo


perdi minhas crenças e meus medos


perdi até o que eu nunca havia de tê-lo




sentei-me na varanda


a descortinar a minha pálida existência


desenhado meus projetos em visões patéticas


sem saber se tudo é fruto da esperaça ou da demência




agora que farei eu da minha jornada?


onde encontrarei guarida para o meu abraço?


em que parede pendurarei meu quadro?


onde reclinarei minha cabeça face ao cansaço?




ahh, que triste varanda a que me sento


tu que se fazia grande aos meus desejos


hoje, solitária e fria


fica a espera de outros beijos.

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