domingo, 4 de dezembro de 2011

O Decreto de Atempus e a Civilização Uróboro




E o tempo...
Se me perguntarem, digo que não existe


Decreto a morte do Tempo
Das ampulhetas e do Rolex
Do relógio d’água e de xadrez
De azeite e digital
Do atômico ao quartzo ou de sol
Horológios em decadência!


Nunca mais pêndulos a contar-me os dias
Basta de ponteiros a marca-me a existência
Tempo que perco tanto
E não tenho nunca!


É extinto todo calendário
Big Ben maldito que nos aprisiona a vida
Em elegantes agendas de couro
Voraz estômago de cupim


Abaixo o império de Cronus !
Uróboros que somos
Nunca nascemos nunca morreremos
Herdeiros de Kairos ,aguardamos Aevum
Exonerado está o Ontem, o Amanhã e o Depois
Aposentados estão as Horas, Minutos e Segundos
Suplantados pela Revolução de Atempus


O universo para Ser não precisou explodir
Porque desde ali já existia, ó decrépito Big Bang!
E em estabelecimento do Artigo primeiro e único:
-Tudo e todos são infinitos!
E se infinitos são, começo e fim se perdem
Porque tudo que termina, um dia foi começo
E tudo que se inicia, com o fim aninha-se
Pois se sabe que não é o tropeço que principia a queda!
Autoria: Karline Batista
Batista

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