A mesa posta
Banquete ao povo
Antes da ceia
Chega o corvo.
-Viva o povo!
Eis que surge o novo.
-Carcomido
Disse aranha
Em teia.
-Estamos perdidos!
Gritou o outro
Na areia.
A mesa posta
Banquete ao povo
-Trouxe a bebida!
Disse a raposa
Com seu bigode lustroso.
-Viva o povo!
Grasnou o corvo.
A mesa posta
Banquete à mostra
-Trouxe lagosta!
Disse entrando
A raposa gorda.
- Esse é bom!
Sorriu o corvo.
A mesa posta
Banquete em alta
-Trouxe a sobremesa!
Tirou o chapéu
A raposa falsa.
-Vamos com ele!
Agitou o corvo.
Ovelhas satisfeitas
Sentadas sorriem
E no canto escondido
Um cabrito pé com pé
Sussurra ao amigo:
-Salvem-se quem puder.
As raposas estão reunidas!
Lá fora uma raposa sozinha chora:
-Amigos, abram a porta!
-Amigos, abram a porta!
[Karline B]